O caminho para a eletromobilidade total começa em nossas cidades. Neste artigo, Anna Thordén, gerente de produtos de eletromobilidade da Volvo Trucks, explica como ônibus, caminhões – e agora máquinas de construção – estão nos direcionando para um futuro elétrico.

Quando a Volvo começou a explorar a eletromobilidade, em 2005, o principal fator foi a necessidade de reduzir as emissões de escape e o consumo de combustível nas cidades. Mas foi realmente nos últimos dois anos que vimos essa grande mudança do local para o global – com a eletromobilidade sendo reconhecida como uma ferramenta fundamental para enfrentar as mudanças climáticas em uma escala muito maior. Caminhões elétricos são vitais, se quisermos cumprir a legislação da União Europeia, que exige uma redução de 15% nas emissões de CO2 para caminhões pesados até 2025. E isso começa em nossas cidades com ônibus, caminhões de lixo, distribuição urbana e construção urbana – todos movidos por tecnologia elétrica.

Até 2030, 60% dos habitantes viverão nas cidades – um aumento de 1 bilhão de pessoas a partir de hoje – e isso provavelmente trará um enorme aumento no transporte rodoviário. Fica claro que serão necessários máquinas e caminhões elétricos para lidar com o congestionamento, reduzir as emissões de carbono, diminuir a poluição sonora e melhorar a qualidade de vida.

Benefícios

Os benefícios são inúmeros. Não só os residentes e motoristas desfrutarão de um ambiente menos poluído, com zero emissões de escape, mas o ruído de drive-by é cerca de 10 decibéis mais baixo comparado aos caminhões a diesel, cerca de metade do nível de ruído. Em pesquisas, nossos motoristas também relataram sentir-se mais felizes e descansados após um dia de trabalho ao dirigir um caminhão elétrico. De uma perspectiva de segurança, os trabalhadores também podem ouvir o que está acontecendo ao redor do caminhão com muito mais facilidade.

Baixos níveis de ruído também têm um efeito indireto na produtividade. Veículos silenciosos significam que provavelmente poderemos operar fora dos horários de pico, reduzindo a quantidade de caminhões em nossas estradas em até 70% durante o dia. Além disso, atualmente os planejadores urbanos estão explorando maneiras de coletar lixo dentro de casa ou criar paradas de ônibus internas para que o ruído de carga e descarga também seja removido.

A adoção acontecerá lentamente. Tendemos a vê-la começando segmento por segmento e depois mercado por mercado. Na experiência do Grupo Volvo, nos beneficiamos de uma plataforma de tecnologia compartilhada que nos permitiu passar do primeiro ônibus elétrico híbrido e do caminhão Volvo FE Hybrid, de 26 toneladas em 2010, para o primeiro ônibus totalmente elétrico em 2015 e, hoje, as primeiras máquinas elétricas compactas pela Volvo Construction Equipment.

A Noruega foi um dos primeiros países a adotar o transporte elétrico – uma tendência repetida no Norte da Europa, auxiliada pelo fato de esses países se beneficiarem de fortes subsídios e de eletricidade e energia hidrelétrica extremamente “verdes” e de baixo custo. Este é o objetivo final da eletromobilidade. Porque quando se mantém um caminhão elétrico com fontes de energia renováveis, pode-se esperar uma redução de 85% nas emissões de CO2, que é comparável a uma redução de 20%, conseguida através de um mix de eletricidade mais convencional.

Esperamos, então, que o resto da Europa, certas partes dos Estados Unidos, como a Califórnia, e países como a Coreia e Cingapura estejam entre os mais ansiosos para assumir a eletromobilidade – seja devido às rigorosas regulamentações de emissão ou pelo desejo de serem vistos como países que fazem a diferença na luta contra as mudanças climáticas.

Os subsídios de compra e as vantagens fiscais são um incentivo essencial para encorajar mais pessoas a se voltarem para a eletromobilidade, garantindo, assim, que as autoridades governamentais, os planejadores urbanos e, é claro, as empresas que estão participando do projeto, também ajudem a aumentar ainda mais o seu apelo.

Desafios

Mas nem tudo é tão simples. Há uma série de obstáculos a superar antes que a eletromobilidade possa avançar para além das nossas cidades:

Maior autonomia em longas distâncias. No momento, a tecnologia de baterias ainda não está madura o suficiente para lidar com longas distâncias. Quando o custo total de propriedade diminuir, entraremos em construção mais pesada e distribuição regional e, então, progrediremos para maior autonomia na condução em longas distâncias.

Custo do produto. Em sua maioria, os componentes não são baratos, mas as baterias estão entre os mais caros – de modo que o custo do produto ainda é alto em volumes relativamente baixos. Esperamos que a tecnologia se desenvolva rapidamente e que, nos próximos 3, 4 anos, o mesmo tamanho de bateria receba o dobro da energia que recebe hoje, levando a um menor custo por quilowatt de energia.

Carga elétrica. Se quisermos passar de aplicações urbanas para maior autonomia em longas distâncias, a sociedade e as empresas precisam investir na infraestrutura de recarga. Acredito que, nos próximos 10 anos, os caminhões serão capazes de completar um dia de viagem com apenas uma carga elétrica. E quando isso acontecer, será um enorme passo à frente na autonomia, carga útil e custo.

Os caminhões e máquinas elétricos FL e FE e as máquinas elétricas da Volvo CE que estão no mercado hoje não são apenas novos modelos – eles estão abrindo caminho para um futuro menos poluído, mais seguro e mais eficiente. E todos nós temos responsabilidade social para que isso aconteça.


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