Este ano, o Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) completa 30 anos. No final da década de 1980, quando o Programa Volvo surgiu, o Brasil estava acostumado a tratar acidentes de trânsito como tragédias inevitáveis. Os desafios para colocar o tema em pauta foram enormes, mas as conquistas alcançadas superaram as expectativas.

Em 2014, antes mesmo de completar três décadas, o PVST voltou a assumir outro desafio aparentemente utópico: alinhou seu foco de atuação à visão Zero Acidentes do Grupo Volvo. Na prática significa zerar os acidentes envolvendo os veículos da marca. O histórico do PVST não deixa dúvida que há meios de transformar esse novo sonho em realidade.

“Não se trata apenas de reduzir os acidentes envolvendo nossos veículos, mas do impacto que isso gera para a sociedade.  Hoje, grande parte dos transportadores já percebe o valor da segurança. Neste sentido, o trabalho do PVST expande a relação de confiança entre a Volvo e seus clientes, pois agrega valor aos nossos produtos e serviços a medida que disponibiza ferramentas que auxiliam as empresas a adotar uma gestão voltada para a segurança”, afirma Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.

“É fantástico a coragem da Volvo ter como meta o Zero Acidentes com os veículos da empresa. É uma meta que não deixa de ser um sonho, mas que ao mesmo tempo representa o modelo do existir da Volvo, que tem a segurança como algo básico.  Os veículos da Volvo têm as mais avançadas tecnologias de segurança do mercado, e o Zero Acidentes nos ajuda a evoluir na discussão da importância do comportamento seguro na direção”, complementa Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus Latin America.

Estudos apontam que o maior número de acidentes está diretamente relacionado ao comportamento.  De acordo com o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, desenvolvido pelo PVST e produzido pela Tecnométrica, com base no banco de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) os acidentes com caminhões e ônibus (nas rodovias federais) estão em segundo lugar no ranking de acidentes por tipo de veículo, atrás das colisões envolvendo automóveis.

Dados do estudo mostram que, em 2015, aconteceram 122 mil acidentes nas rodovias federais que resultaram em 6.862 mortos. Deste total, 1208 mortes foram provocadas por falta de atenção; 946 por velocidade incompatível; 591 por ultrapassagem indevida; 480 por ingestão de álcool, 405 por desobediência à sinalização e, apenas, 154 por problema mecânico nos veículos e 110 por defeito nas vias.

“A cultura de segurança acontece, efetivamente, quando a alta liderança das empresas está realmente engajada e comprometida. É isso que faz a diferença e traz consequências positivas diretas na forma com que os motoristas dirigem, no respeito para com os demais nas estradas e na adoção de jornadas adequadas, por exemplo. Por essa razão, nosso trabalho tem sido focado em ações para somar esforços, engajar as entidades de classe, as transportadoras e os motoristas para juntos encontrarmos soluções que reduzam o número de acidentes. É impossível atingirmos Zero Acidentes sozinhos”, destaca Anaelse Oliveira, coordenadora do Programa Volvo de Segurnaça no Trânsito.

 

Quando o “zero” vale mais

O apoio na tradução da ISO 39001 no Brasil e a elaboração do manual para implementação da norma  foram os primeiros resultados práticos do alinhamento do Programa Volvo de Segurança no Trânsito à Visão Zero. A norma 39001, que trata da gestão da segurança viária, foi criada pela ISO Internacional em 2012.  O Grupo Volvo já havia contribuído com a elaboração da Norma, em termos mundiais, por sua vasta experiência em segurança veicular.

Entre as ações desenvolvidas com esse novo foco do PVST estão seminários com empresários transportadores (clientes e não clientes), que compartilham experiências e levam contribuições para melhoria da segurança. São debatidos temas com jornada de trabalho, período de descanso, desenvolvimento dos motoristas, renovação de frotas e a implementação da norma de segurança ISO 39001.

Desde que adotou a visão Zero Acidentes, o PVST realizou nove seminários regionais, reunindo mais de 1200 empresários de transporte nas principais capitais e regiões do País. Após cada encontro, 70% dos empresários participantes manifestaram intenção de implantar, no futuro, a ISO 39001 em suas companhias. “Sabemos de casos de diversas empresas que já estão trabalhando para a implementação da ISO”, conta Anaelse Oliveira.

Outro destaque da nova fase do PVST é o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, citado acima, que apresenta uma radiografia dos acidentes de trânsito nas rodovias federais do país. O estudo indica os pontos mais perigosos, com maior incidência de acidentes com caminhões e ônibus, e suas principais causas. Lançado em 2104, ganhou  uma versão online ampliada em 2016.  O Atlas conta com informações detalhadas de todas as rodovias federais do País, entre 2007 e 2015. Os dados podem ser acessados no endereço: www.atlasacidentesnotransporte.com.br

As ações do PVST também representam uma contribuição importante à Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2009, a OMS contabilizou cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente em 178 países e aproximadamente 50 milhões de pessoas com sequelas. A OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa de mortalidade) e 2,4 milhões, em 2030, se nada for feito. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos.  Com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” a intenção da ONU é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, 5 milhões de vidas até 2020.

 

Zero Acidentes

A Visão Zero é um posicionamento de segurança no trânsito aprovado pelo Parlamento Sueco em outubro de 1997, segundo o qual ninguém será morto ou ferido gravemente em acidentes de trânsito. Trata-se de uma visão estratégica de longo prazo.  Além de estratégica, é uma atitude ética perante a sociedade, pois o princípio da Visão Zero é que, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico dos veículos, o homem continuará a cometer erros no trânsito, mas não pode pagar por eles com sua própria vida. A Suécia, apesar de ter um pequeno percentual de fatalidades no trânsito, já reduziu em mais de 50% o número de mortos e espera chegar à zero, ou muito próximo disso, em 10 anos.


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