Notícias sobre a segurança no trânsito apresentadas de forma útil e transformadora.  Esta foi uma das contribuições a que se propôs o Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), ao iniciar suas atividades no final dos anos 80.

Hoje, a segurança no trânsito está em pauta de diversas formas e conta com um maior número de fontes e dados confiáveis. Mas nem sempre foi assim.

Na época em que o PVST foi criado, os acidentes eram retratados como tragédias inevitáveis. O tema não ultrapassava as editorias policiais e as páginas de algumas revistas especializadas. “Em um tempo em que não se dava importância à produção ou estudos e estatísticas, era quase impossível levantar dados para reportagens interessantes e capazes de mudar ou formar opiniões sobre o trânsito brasileiro”, conta J. Pedro Corrêa, consultor do PVST e fundador do programa.

Determinado a contribuir com a redução do número e com a severidade dos acidentes no Brasil, o Programa Volvo de Segurança no Trânsito atuou para envolver a sociedade, o governo e a imprensa nessa causa, com ações que mostravam que acidentes de trânsito não eram tragédias inevitáveis. Para isso, foram organizados fóruns, seminários e simpósios e campanhas sensibilizar sobre a importância de um trabalho de educação de trânsito.

“Desde o início, a imprensa tem sido uma importante aliada na  tarefa de divulgar e conscientizar a sociedade sobre a possibilidade de ter um trânsito mais humano. A Volvo, que fabrica os veículos mais seguros do mundo,  foi ousada ao tomar a liderança deste tema e engajar a imprensa nesta luta. Muitos jornalistas se tornaram verdadeiros embaixadores da causa,  trazendo uma grande contribuição para resolver um problema que depende muito de informação e atitude”, diz Solange Fusco, diretora de Comunicação Corporativa do Grupo Volvo América Latina.

O Jornalista Alexandre Garcia, atualmente na TV Globo, é um dos embaixadores desta causa. “Não há dúvida de que o PVST conseguiu atingir o objetivo de colaborar com a mudança de mentalidade tanto de governos quanto da imprensa. Na primeira metade daquela década, eu estava na TV Manchete e o Programa Volvo já influenciava o governo da capital do país. O governador Joaquim Roriz criou um Comitê de Trânsito, do qual fiz parte, para reduzir os acidentes, inspirado na iniciativa da Volvo. A capital, com poucos semáforos, poucos cruzamentos e vias que convidavam à alta velocidade, já tinha um número assustador de vítimas no asfalto”, conta o jornalista

Um dado que chamou a atenção do jornalista na época, foi o número de mortos por ano no Brasil: 50 mil, mesmo número de mortos da guerra do Vietnã. “Já na TV Globo, como editor regional, passei a me escalar para falar sobre trânsito no noticiário local. Passei a prestar mais atenção à necessidade de campanhas, como o PVST. Em Brasília, criou-se uma solidariedade entre governo, imprensa e televisão, botando o povo na rua a pedir paz no trânsito. Estava dado o primeiro passo: mudava-se a cultura de “não” se preocupar com isso”, destaca Alexandre Garcia.

Conforme o envolvimento com o tema crescia, segurança no trânsito ganhava cada vez mais espaço nos veículos de comunicação. “Eu trabalhava na revista Transporte Moderno e confesso que passamos a abordar mais a segurança no trânsito com o surgimento do PVST”, lembra Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da NTC&Logística e membro da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do CONTRAN.

As matérias publicadas sobre o tema passarem a ter um enfoque social, econômico, educativo, comportamental e até de engenharia e tecnologia. Os veículos começarem a fazer o cruzamento entre os problemas do trânsito e as outras esferas da sociedade. “O Programa Volvo foi importante como fonte não só de informação, mas também de inspiração”, conta Dilene Antonucci, editora da revista Carga Pesada.

 

Desafios

Para o jornalista Pedro Trucão, que roda o Brasil pelo programa Pé na Estrada, da Band TV, a valorização do motorista é uma saída para a melhoria do trânsito nos dias de hoje. “No programa, segurança e a cidadania são pautas constantes. Acredito que essa seja uma das formas da imprensa desenvolver o seu papel. A conscientização por meio da valorização de quem está na estrada todos os dias”.

As ações do PVST continuam e são ousadas, assim como foram no final dos anos 80. Há três anos, a Volvo aderiu, no Brasil, à visão Zero Acidentes lançada pelo Grupo Volvo na Europa, que tem como ideal de futuro zero acidentes envolvendo seus veículos. No país, as ações para atingir esta meta são desenvolvidas pelo Programa Volvo com foco no segmento de transporte comercial, engajando especialmente as lideranças do setor para gerar avanços ainda mais expressivos e necessários na gestão da segurança nas empresas.

“O mais difícil continua sendo convencer as pessoas que a escolha não é pela cor do carro, ou de qualquer que seja o meio de locomoção, mas por seus equipamentos ativos e passivos de segurança. Essas questões deveriam ter mais destaque nos noticiários gerais, uma vez que é uma questão de vida ou morte. São mais de 130 mortes por dia, segundo o DPVAT. Ou seja, há ainda muito trabalho”, argumenta Alexandre Garcia.


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